Introdução
O cancro da pele é um dos cancros mais comuns no mundo. O cancro de pele não-melanocítico refere-se a um grupo de cancro que se desenvolve lentamente nas camadas superiores da pele.
O termo “não-melanocítico” distingue os tipos mais comuns de cancro do menos comum, conhecido como melanoma, que é mais agressivo e se espalha mais rapidamente pelo organismo.
O primeiro sinal de cancro de pele não-melanocítico é geralmente o aparecimento de um nódulo ou ferida na pele que não cicatriza após algumas semanas.
Consulte o seu médico se você tiver qualquer lesão na pele que não curou após quatro semanas. Embora seja improvável que seja cancro de pele, é melhor ter a certeza.
Os tipos de cancro de pele não-melanocítico
Este tipo de cancro de pele tem origem na camada mais exterior da pele (epiderme) e são frequentemente denominados de acordo com o tipo de célula da pele a partir do qual se desenvolve. Os dois tipos mais comuns são:
Carcinoma basocelular – começa nas células que revestem a parte inferior da epiderme e é responsável por cerca de 75% dos casos;
Carcinoma espinocelular – começa nas células que revestem a parte superior da epiderme e é responsável por cerca de 20% dos casos.
Isto acontece porquê?
A causa exata do cancro de pele não-melanocítico é desconhecida, embora esteja relacionada com a exposição excessiva à luz ultravioleta (UV). A exposição à luz UV pode vir do sol, camas bronzeadoras, bem alguns tipos de lâmpadas que irradiam UV.
Além da exposição excessiva à luz UV, existem algumas coisas que podem aumentar a probabilidade de desenvolver cancro não-melanocítico:
- História familiar da doença;
- Pele branca;
- Um grande número de sinais ou sardas;
- Queimaduras solares (escaldões) frequentes.
Diagnóstico e Tratamento
O médico examina a pele e pode detetar sinais de cancro de pele. Nesse caso, irá encaminhá-lo para um especialista, que realizará uma biópsia para confirmar o diagnóstico. A biópsia é uma operação que remove parte da lesão para ser estudada ao microscópio.
Caso se confirme o diagnóstico, a cirurgia é o principal tratamento. Isto envolve a remoção da lesão e parte da pele circundante.
Outros tratamentos para o cancro de pele não-melanocítico incluem crioterapia, cremes, radioterapia, quimioterapia e um tratamento conhecido como terapia fotodinâmica.
O tratamento é geralmente bem sucedido. Ao contrário da maioria dos outros cancros, o risco deste tipo de cancro se espalhar para outras partes do corpo é muito baixo.
Estima-se que o carcinoma basocelular se espalhe para outras partes do corpo em menos de 0,5% dos casos. No caso do carcinoma espinocelular o risco é um pouco maior, chegando aos 4% dos casos.
O tratamento para o carcinoma basocelular é completamente bem sucedido em cerca de 90% dos casos. Cerca de 70% e 90% das pessoas com carcinoma espinocelular ficarão completamente curadas.
Se você já teve cancro de pele não-melanocítico no passado, existe algum risco da doença voltar. O risco aumenta se o cancro anterior foi generalizado e grave.
Por essa razão, muitas vezes os doentes mantêm consultas de vigilância regulares para controlar essa recorrência.
Prevenção
O cancro de pele não-melanocítico não é totalmente evitável, mas pode reduzir o risco de desenvolver a doença, seguindo alguns conselhos:
Evite a exposição solar excessiva. No entanto, a evicção total à luz solar não é aconselhável, tendo em conta que é necessário para a produção de vitamina D, essencial para ossos saudáveis. Alguns minutos de exposição solar, por dia, é suficiente;
Evite a exposição solar nas alturas de maior calor, que normalmente ocorre entre as 11.00h e as 15.00h. Se for à praia ou à piscina, assegure-se que não se expõe ao sol durante muito tempo, mesmo fora deste horário. Procure uma sombra para se proteger;
Utilize roupa que o proteja. Se não consegue evitar passar longos períodos ao sol ( se, por exemplo, trabalha no exterior) , utilize roupas que o protejam do sol. Isto incluí chapéu e óculos de sol;
Utilize protetor solar. Quando comprar protetor solar, assegure-se que é adequado para o seu tipo de pele e que bloqueia tanto os raios UV tipo A e tipo B. Deve utilizar pelo menos um fator de proteção 15, embora o 30 seja o mais aconselhado. Aplique o protetor 15 minutos antes de se expor ao sol e faça novas aplicações de 2 em 2 horas. Se planeia ir a banhos, utilize um protetor solar resistente à água. No caso das crianças, a utilização de protetor solar ainda é mais importante. A sua pele é mais sensível e a exposição nesta idade precoce aumenta o risco de desenvolver cancro de pele mais tarde;
Evite as queimaduras solares (escaldões). Quando tem uma queimadura solr, significa que a sua pele já foi danificada e recebeu uma dose perigosa de radiação. Sempre que isto acontece, aumenta a probabilidade de ter cancro de pele no futuro;
Fique bronzeado, mas com cuidado – se está determinado a ficar moreno, faça-o de forma gradual, limitando o tempo de exposição solar e utilizando protetor. Comece com uma exposição solar de 30 minutos e aumento 5 a 10 minutos por dia;
Evite camas bronzeadoras e lâmpadas UV – estes equipamentos podem ser mais perigosos do que a luz natural porque utilizam uma fonte de radiação UV concentrada, aumentando o risco de cancro e envelhecendo a pele de forma prematura;
Observe a sua pele com regularidade. Se alguma alteração for encontrada e não desapareça dentro de algumas semanas, deve procurar o médico. Esta observação pode levar a um diagnóstico precoce e melhorar o sucesso do tratamento.
A PT Medical disponibiliza o rastreio de cancro em lesões de pele melanocíticas e não melanocíticas através da utilização da Dermatoscopia Digital, por forma a melhor a acuidade diagnóstica.
– Dr. João Júlio Cerqueira – Especialista de Medicina Geral e Familiar –