Existe forte evidência científica de que a obesidade estará relacionada com o aumento do risco de sofrer de sofrer de vários tipos de cancro.
A maioria são cancros do aparelho gastrointestinal e cancros hormono-dependentes do sexo feminino, de acordo com o novo estudo publicado no dia 28 de Fevereiro, no BMJ.
Pensa-se que possa existir outras associações, apesar de ainda ser incerto, tendo em consideração a evidência científica de que dispomos atualmente.
Os cancros para os quais existe forte evidência de associação com o aumento do índice de massa corporal são:
- Adenocarcinoma do esófago;
- Cancro coloretal;
- Cancro do reto;
- Cancro do pâncreas;
- Cancro das vias biliares;
- Cancro do estômago;
- Cancro do ovário;
- Cancro do endométrio nas mulheres em idade fértil;
- Cancro renal;
- Mieloma Múltiplo;
- Cancro da mama nas mulheres após a menopausa;
Já anteriormente, a International Agency for Research on Cancer (IARC) tinha demonstrado a relação da obesidade com o surgimento de diversos tipos de cancro. No entanto, a IARC encontrou associação com outros tipos de cancro (como cancro da tiróide e fígado) que este estudo publicado na BMJ não encontrou.
Apesar disso, a evidência é clara. O excesso de peso é um fator de risco importante para o surgimento deste tipo de patologias e um maior esforço deve ser feito para combater este problema.
Para resolver este problema, os médicos de família têm e continuarão a ter um papel central na tentativa de mudar estilos de vida para diminuir esta pandemia e na deteção precoce destas doenças. O investimento em Saúde Pública continua a não ser suficiente para a implementação de medidas efetivas de educação para a saúde. A publicidade nos meios de comunicação social sobre estilos de vida saudáveis, as taxas sobre alimentos processados e açucarados, um foco maior na atividade física nas escolas, a eliminação de máquinas com alimentos processados nos espaços públicos, a redução do IVA nas inscrições em ginásios e outro tipo de desportos são medidas que poderão ajudar a resolver este problema.
– Dr. João Júlio Cerqueira – Especialista de Medicina Geral e Familiar –