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Otite Média Aguda na Infância…Quando tratar?

Introdução

A Otite Média Aguda (OMA) é uma das principais causas de infeção bacteriana na criança, configurando um dos principais motivos de consulta não programada e de prescrição de antibióticos em idade pediátrica.

O pico desta doença é no primeiro ano de vida, sendo mais frequente no Inverno.

Em cerca de 85% dos casos, o primeiro episódio ocorre nos três primeiros anos de vida.

Fatores de risco

Ambientais 

  • Crianças que frequentam o infantário têm maior risco de ter otites, assim como ter outras doenças;
  • Fumo do tabaco (crianças com pais que fumam têm maior risco);
  • Ausência de aleitamento materno (saber mais);
  • Utilização de chupeta – de facto, a utilização da chupeta é um factor de risco para a otites médias de repetição – se uma criança tem várias otites e ainda usa chupeta, será prudente retirar a chupeta mais precocemente. (saber mais)
  • Baixo nível sócio-económico;

Individuais 

  • Idade (mais em crianças);
  • Sexo masculino;
  • História familiar de OMA;
  • Imunodeficiências;
  • Síndromes malformativos (Fenda palatina);
  • Uso de implantes cocleares;

Diagnóstico

O diagnóstico pressupõe a associação de pelo menos dois dos seguintes sinais ou sintomas:

  • Otalgia (dor de ouvido);
  • Otorreia (secreções que saem pelo ouvido);
  • Alterações na otoscopia da membrana timpânica:
    • Eritema (membrana vermelha);
    • Abaulamento;
    • Diminuição da mobilidade e/ou nível de ar atrás da membrana timpânica.

Sinais de Alarme

A OMA pode ocasionalmente ser complicado por:

  • Mastoidite;
  • Perda de audição;
  • Perturbações do equilíbrio;
  • Otite média supurativa crónica;
  • Colesteatoma;
  • Labirintite;
  • Petrosite;
  • Complicações intracranianas:
    • Meningite;
    • Abcesso epidural;
    • Abcesso cerebral;
    • Trombose do seio lateral ou cavernoso, empiema subdural e trombose da artéria carótida.

mastoidite e paralesia facial

Estas complicações são muito raras.

Tratamento…antibiótico, sim ou não?

Numa primeira abordagem, está indicado o tratamento da dor com analgésico e/ou anti-inflamatório, não estando indicado o uso de descongestionantes nasais nem de anti-histamínicos.

Relativamente aos antibióticos, recentemente tem sido defendida uma atitude mais expectante, evitando o tratamento antibiótico imediato em crianças com idade superior ou igual a 6 meses e sem quadro clínico grave.

No entanto, o tratamento antibiótico, perante uma OMA, deve ser iniciado de imediato nas seguintes situações:

  • Crianças com menos de 6 meses;
  • Quadro clínico grave;
  • Otite Média Aguda bilateral se idade inferior a 2 anos;
  • Presença de otorreia;
  • Otite Média Aguda recorrente (≥ 3 episódios/ 6 meses ou ≥ 4 episódios/ ano).

Nas crianças que não iniciam antibiótico de forma imediata, deve ser realizada uma reavaliação em 48-72 horas, estando indicada a sua prescrição se houver persistência ou agravamento dos sintomas.

A prática da não prescrição inicial de antibióticos baseia-se na melhoria espontânea observada na maioria das crianças (cerca de 60 a 80% dos casos) e na verificação que os antibióticos, iniciados de forma precoce, não diminui o aparecimento de novos casos de OMA nem o aparecimento das complicações descritas acima.

Além disso, é reconhecida a associação entre consumo de antibióticos e aumento das resistências aos mesmos, o risco de maior número de efeitos adversos e de maiores custos.

Esta atitude, que implica a compreensão e aceitação por parte dos cuidadores, ajuda a reduzir a utilização inadvertida de antibióticos e reservar a sua utilização para alturas em que realmente são necessários.

Agora que sabe qual a forma de apresentação de otite média aguda, consegue dizer-nos qual das imagens abaixos representa uma Otite Média Aguda?

otite

E se precisar de um médico de família ou de um otorrinolaringologista, conte com a PT Medical.

– Dra. Joana Carneiro Especialista de Medicina Geral e Familiar –

– Dra. Natacha Fontes Pediatra –

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