http://www.youtube.com/watch?v=65R3x1gdWAk
Resumo do Programa
Bom dia Otávio, agradeço a vosso convite para a realização de uma rubrica que sabemos que será importante para todos os ouvintes da Radio Onda Viva.
Assim sendo, e tendo em conta a minha especialidade em Neuropsicologia Clínica vamos hoje abordar temáticas ligadas ao funcionamento do cérebro.
Falou em Neuropsicologia Clínica! O que é a Neuropsicologia?
A Neuropsicologia é uma área da ciência recente, que se desenvolveu inicialmente a partir da convergência da Neurologia com a Psicologia, com objetivo de estudar as modificações comportamentais resultantes de lesão cerebral.
Quais são as áreas de Intervenção na Neuropsicologia?
A neuropsicologia intervém principalmente em patologias do foro neurológico:
– Traumatismos crânio-encefálicos,
– Acidentes vasculares cerebrais,
– Tumores intra-cranianos
– Patologias degenerativas como por exemplo as demências.
O que faz um Neuropsicólogo?
O neuropsicólogo clínico, avalia e intervém com pessoas que apresentam alterações de comportamento e/ou cognitivas atribuídas a comprometimentos do Sistema Nervoso.
A intervenção em Neuropsicologia passa por 2 principais processos:
A Avaliação Neuropsicológica: Em casos de lesões cerebrais ou de compromissos do desenvolvimento (crianças e adultos), a avaliação neuropsicológica procura identificar as dificuldades funcionais existentes.
A Reabilitação Neuropsicológica: que procura promover o melhor aproveitamento das capacidades preservadas, desenvolvendo o uso de estratégias compensatórias e a aquisição de novas habilidades.
Assim, e na sequência do diagnóstico neuropsicológico, é delineado um plano de reabilitação, ao nível dos processos cognitivos (linguagem, memória, atenção, orientação espacial, funções executivas, etc.), proporcionando uma maior autonomia e qualidade de vida.
Em que tipo de doença mais intervêm?
No caso concreto, a patologia onde mais intervimos é na demência de Alzheimer.
A Demência é o termo utilizado para descrever os sintomas de um grupo alargado de doenças que causam um declínio progressivo no funcionamento da pessoa. É um termo abrangente que descreve a perda de memória, raciocínio, capacidade intelectual, competências sociais e alterações das reações emocionais.
A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de Demência, constituindo cerca de 50% a 70% de todos os casos.
É um tipo de demência que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras). Esta deterioração tem como consequências alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização das suas atividades de vida diária.
Quais são os sintomas?
Nas fases iniciais, os sintomas da Doença de Alzheimer podem ser muito subtis. Começam frequentemente por lapsos de memória e dificuldade em encontrar as palavras certas para objetos do quotidiano. Estes sintomas agravam-se à medida que as células cerebrais vão morrendo e a comunicação entre estas se altera. Outros sintomas presentes podem ser:
- Dificuldades de memória persistentes e frequentes, especialmente de acontecimentos recentes;
- Apresentar um discurso vago durante as conversações;
- Perder o entusiasmo na realização de atividades, anteriormente apreciadas;
- Demorar mais tempo na realização de atividades de rotina;
- Esquecer-se de pessoas ou lugares conhecidos;
- Incapacidade para compreender questões e instruções;
- Deterioração de competências sociais;
- Alterações súbitas do estado de humor.
Os sintomas variam e a doença progride a um ritmo diferente, de doente para doente.
As capacidades da pessoa podem variar de dia para dia ou mesmo dentro do próprio dia, podendo piorar em períodos de stress, fadiga e problemas de saúde. No entanto, o certo é que vai existir uma deterioração ao longo do tempo. A Doença de Alzheimer é progressiva e degenerativa e, atualmente, irreversível.
Nestes casos a Intervenção Neuropsicológica tem tido bons resultados. Na verdade ainda não existe cura para a doença mas o facto de conseguirmos atrasar o processo neurodegenerativo e a manutenção de algumas competências cognitivas torna-se uma mais valia para a qualidade de vida do paciente.
Existe maneira de prevenir a doença?
Socialize mais
Estudos observacionais têm demonstrado que manter uma rede social alargada (o Facebook não conta), diminui o risco de desenvolvimento de demência e atrasa o aparecimento de alterações cognitivas relacionadas com a idade.
Faça exercício físico
Atividade física regular reduz o risco de aparecimento de doenças demenciais, como a doença de Alzheimer, até 50%! (Saiba mais sobre exercício físico e envelhecimento ativo)
Deixe de fumar
Fumar aumenta o risco para o dobro de ter demência de Alzheimer. Se queria mais uma razão para deixar de fumar, aqui tem.
Aposte na dieta mediterrânica
Uma dieta rica em vegetais e frutas, peixe, frutos secos e vinho tinto (em moderação) ajuda a diminuir o risco de doenças tipo Alzheimer para metade!
Seja mentalmente ativo
Pessoas com baixo nível educacional têm maior risco de sofrer de doença de Alzheimer mais tarde na vida. Pensa-se que a causa será o menor nível de estimulação mental. Outros estudos demonstram que pessoas mentalmente mais ativas têm menor risco de sofrer de doença de Alzheimer, reforçando a evidência.
Deixamos algumas atividades que podem ajudar a diminuir o risco do aparecimento da doença:
- Ler;
- Escrever;
- Aprender outras línguas;
- Tocar instrumentos musicais;
- Inscrever-se em cursos de Universidades Sénior ou instituições similares.
Caso tenha alguma questão a colocar-nos, envie um mail para geral@ptmedical.pt.
Se estiver interessado em agendar consultas com os nossos profissionais, ligue para o 913 124 104.
– Dr. Sandro Sousa – Neuropsicólogo –